Luana Piovani critica ausência de artistas do axé em protesto contra PEC da Blindagem em Salvador

A cantora Daniela Mercury comandou um trio elétrico na orla da Barra, em Salvador, durante o ato realizado contra a anistia dos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro e contra a chamada PEC da Blindagem. O protesto reuniu nomes como Wagner Moura, Nanda Costa e Baco Exu do Blues, mas a ausência de outras personalidades baianas de destaque gerou críticas.

A escritora e influenciadora Bárbara Carine, autora de obras voltadas para a educação antirracista e fundadora da primeira escola afro-brasileira do país, destacou a importância da postura de Daniela.

“Foi a única. Em todas as cidades existem vários artistas se posicionando. Isso mostra muito sobre o que é ser artista e como entendemos a construção política em Salvador”, disse em vídeo publicado no Instagram.

As declarações foram reforçadas pela atriz Luana Piovani, que usou as redes sociais para questionar a falta de engajamento das principais vozes do axé.

“Faz anos que frequento a Bahia e nunca vi as ‘estrelonas’ do axé se posicionarem politicamente, nem humanamente. Só querem encher os bolsos de dinheiro e lançar projetos pessoais”, escreveu nos stories.

O que é a PEC da Blindagem?

A PEC da Blindagem, aprovada pela Câmara dos Deputados em segundo turno, estabelece que o Supremo Tribunal Federal (STF) só poderá processar deputados e senadores com autorização prévia da Câmara ou do Senado. O texto recebeu 344 votos favoráveis e 133 contrários.

Na bancada baiana, 22 deputados votaram a favor, 14 contra, enquanto dois não registraram voto e Alex Santana (Republicanos) optou pela abstenção.

A proposta ainda precisa passar pela análise de destaques que podem alterar trechos específicos. A votação complementar será realizada em outra sessão.

De acordo com o relator, deputado Claudio Cajado (PP-BA), as medidas propostas não configuram privilégios, mas garantias necessárias para assegurar a independência do Legislativo. Críticos, no entanto, apontam que a PEC amplia a blindagem dos parlamentares e dificulta a responsabilização em casos de crimes.