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Redação 17 de Outubro, 2025
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Lula defende soberania da Venezuela e de Cuba e critica intervenção dos EUA

Política
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Redação 17 de Outubro, 2025

Sem citar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa da Venezuela e de Cuba diante do aumento da pressão dos Estados Unidos contra o governo de Nicolás Maduro

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta quinta-feira (16) a soberania da Venezuela e de Cuba diante do aumento da pressão dos Estados Unidos contra o governo de Nicolás Maduro. Sem citar diretamente o presidente norte-americano Donald Trump, Lula afirmou que nenhum país tem o direito de interferir nos rumos políticos de outras nações.

“Todo mundo diz que a gente vai transformar o Brasil na Venezuela. O Brasil nunca vai ser a Venezuela, e a Venezuela nunca vai ser o Brasil, cada um será ele próprio. O que defendemos é que o povo venezuelano é dono do seu destino, e não é nenhum presidente de outro país que tem que dar palpite de como vai ser a Venezuela ou vai ser Cuba”, disse Lula durante evento do PCdoB em Brasília.

A declaração ocorre um dia após Trump confirmar que autorizou a CIA a conduzir operações secretas na Venezuela para derrubar o governo de Caracas — medida considerada uma violação do direito internacional e da Carta das Nações Unidas (ONU).

O presidente brasileiro também criticou a inclusão de Cuba na lista norte-americana de países que patrocinam o terrorismo. “Cuba não é um país de exportação de terroristas. Cuba é um exemplo de povo e dignidade”, afirmou.

Desde a década de 1960, os Estados Unidos mantêm um embargo econômico e financeiro contra Cuba. Com o novo governo Trump, as sanções foram ampliadas, incluindo ameaças a países que contratam serviços médicos da ilha, o que agravou a crise econômica e energética cubana.

No caso venezuelano, Washington tem enviado desde agosto milhares de militares, navios e aviões ao Caribe sob o argumento de combater o tráfico de drogas. De acordo com a imprensa norte-americana, o Exército dos EUA já realizou seis ataques contra embarcações, resultando em mais de 30 mortes.

O governo de Nicolás Maduro denuncia uma tentativa de “mudança de regime” e promete levar o caso ao Conselho de Segurança da ONU. Especialistas ouvidos pela Agência Brasil afirmam que o interesse dos Estados Unidos na Venezuela é geopolítico, já que o país possui as maiores reservas de petróleo do mundo.

Para analistas de política internacional, a ação norte-americana representa um precedente perigoso e pode reabrir espaço para intervenções de Washington em países latino-americanos, a exemplo do que ocorreu durante a Guerra Fria, com o apoio a ditaduras militares na região.

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