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Redação 08 de Setembro, 2025
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Lula dividiu palco com líder do tráfico presa em São Paulo

Política
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Redação 08 de Setembro, 2025

A mulher identificada como Alessandra Moja, e sua filha, Yasmin Moja, foram presas nesta segunda-feira (8), durante a Operação Sharpe

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) dividiu palco com uma mulher apontada pelo como responsável pelo tráfico de drogas do Primeiro Comando da Capital (PCC) na Favela do Moinho, em São Paulo, durante evento em julho que anunciou programa habitacional na comunidade. As informações foram divulgadas pelo jornal Metrópoles. 

A mulher identificada como Alessandra Moja, e sua filha, Yasmin Moja, foram presas nesta segunda-feira (8), durante a Operação Sharpe, determinada pelo Ministério Público de São Paulo (MPSP). 

Segundo promotores do Gaeco, Alessandra, que dividiu o palco com o presidente Lula, assumiu o controle do tráfico e das extorsões a moradores da região após a prisão de Leonardo Moja, conhecido como “Léo do Moinho”.

No evento, Lula elogiou a iniciativa de realocar moradores e criticou a percepção da elite de que pobres e moradores de favelas são criminosos. 

“A gente resolveu fazer reparação e Justiça com vocês. O que mais me incomodou foi quando a ministra Miriam Belchior junto com a Ester me procuraram para dizer que tinha matéria nos jornais de São Paulo dizendo que o governo federal estava protegendo gente do crime organizado. Porque, na cabeça de muita gente da elite brasileira, pobre e gente que mora em favela é sempre considerado bandido”, disse o presidente no evento.

Uma representante da comunidade, conduziu Alessandra e Yasmin ao palco, comemorando o que chamou de “dia histórico” para o Moinho. Enquanto a plateia gritava: “mulheres unidas jamais serão vencidas”.

Segundo a reportagem, o MPSP afirma que o PCC aparelhou associações de moradores, incluindo a organização representada por Alessandra e Yasmin, para proteger o tráfico e extorquir moradores que firmaram acordos de realocação com a CDHU. Com a desapropriação dos imóveis, a facção passou a cobrar multas das famílias que deixavam suas casas.

De acordo com os promotores, os recursos obtidos com tráfico e extorsão eram lavados por meio de empresas de sucata. Pelo menos quatro famílias foram identificadas como vítimas das cobranças e ameaças, e algumas se recusaram a detalhar os casos por medo de represálias.

“A gente está sendo ameaçado: ‘Eu vou atrás de você e vou te achar’. Isso não é só comigo, é com várias pessoas. Como a gente vai sair para moradia, estão pedindo para a gente dar uma quantidade de dinheiro, R$ 100 mil, R$ 70 mil. Muitas mães estão com medo. É a situação de não dormir à noite”, disse uma moradora ao Metrópoles.

Enquanto isso, moradores relataram que emissários do PCC têm monitorado a retirada de móveis e descaracterização das casas para impedir mudanças, gerando clima de medo e insegurança durante a realocação para habitações sociais.