Lula e Bolsonaro aparecem tecnicamente empatados em simulação de segundo turno para 2026, aponta Genial/Quaest
Petista recua e vê vantagem diminuir; apesar de inelegível, Bolsonaro segue testado; levantamento indica resistência à reeleição de Lula e impasse na direita para definir candidato
A nova rodada da pesquisa Genial/Quaest, divulgada nesta quinta-feira (12), mostra que a disputa presidencial de 2026 segue indefinida. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) perdeu parte da vantagem que tinha em cenários de segundo turno e agora aparece tecnicamente empatado com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
No confronto direto, Lula soma 42%, contra 39% de Bolsonaro — diferença dentro da margem de erro de dois pontos. Em outubro, o petista tinha cenário mais confortável: 46% a 36%.
Mesmo condenado e inelegível, Bolsonaro continua incluído nos cenários testados para efeito comparativo.
Lula segue numericamente à frente de outros adversários
Nos demais confrontos simulados, Lula mantém vantagem:
Ciro Gomes (PDT): 38% x 33%
Tarcísio de Freitas (Republicanos): 41% x 36%
Ratinho Jr. (PSD): 40% x 35%
Romeu Zema (Novo): 43% x 36%
Ronaldo Caiado (União Brasil): 42% x 35%
Michelle Bolsonaro (PL): 44% x 35%
Eduardo Bolsonaro (PL-SP): 43% x 33%
Eduardo Leite (PSD): 41% x 28%
A pesquisa também testou, pela primeira vez, o nome de Renan Santos (Missão), ligado ao MBL. Ele aparece com 25%, ante 42% de Lula.
No primeiro turno, Lula lidera todos os cenários
Nas dez simulações avaliadas, o presidente aparece na frente, mas com variações conforme o conjunto de oponentes.
Eleitorado resiste à reeleição de Lula
O levantamento aponta desgaste em relação à possibilidade de Lula tentar novo mandato:
59% dizem que ele não deveria concorrer, contra 38% que defendem sua candidatura. No mês anterior, eram 56% e 42%.
A pesquisa também mostra desaceleração na recuperação da imagem do governo após a repercussão da operação policial no Rio que deixou 121 mortos. A declaração de Lula sobre traficantes — “também são vítimas dos usuários” — gerou forte reação e obrigou o presidente a recuar.
Direita segue sem consenso após queda de Bolsonaro
Mesmo inelegível, Bolsonaro ainda é o nome mais forte da direita, mas a pesquisa indica que parte do eleitorado do campo conservador busca alternativas.
Entre os próprios eleitores independentes:
73% rejeitam Jair Bolsonaro
70% rejeitam Michelle Bolsonaro
80% rejeitam Eduardo Bolsonaro
Lula também tem rejeição elevada no grupo (64%)
O bloco conservador discute possíveis substitutos, entre eles Tarcísio de Freitas, Romeu Zema e Ronaldo Caiado, mas enfrenta divergências internas.
Eleitor quer sair da polarização
Quando perguntados sobre o que seria “melhor para o país” em 2026:
24% preferem um candidato que não seja ligado a Lula nem a Bolsonaro
17% desejam um nome de fora da política
23% consideram “melhor” Lula ser reeleito
15% apontam um cenário de Bolsonaro elegível e vencedor
11% gostariam de alguém apoiado por Bolsonaro
5% preferem alguém apoiado por Lula
Foram entrevistadas 2.004 pessoas entre 6 e 9 de novembro, em 120 municípios. A margem de erro é de 2 pontos percentuais, com 95% de confiança. Entre eleitores independentes, a margem é de 4 pontos.