
Prefeito de Dom Macedo Costa nomeia mais uma filha para cargo de secretária após investigação do MP sobre nepotismo

O prefeito de Dom Macedo Costa, Antônio dos Santos Fróes, conhecido como Tote Fróes, nomeou mais uma filha para um cargo de primeiro escalão na administração municipal. Carolinne Moreira Fróes assumiu a Secretaria de Obras, Transporte e Serviços Públicos, conforme decreto publicado recentemente, que também exonerou, a pedido, o antigo titular da pasta, Joelson Santos Souza.
A decisão ocorre em meio a uma investigação conduzida pelo Ministério Público da Bahia (MP-BA), que apura possíveis casos de nepotismo na Prefeitura. O inquérito foi instaurado pela 6ª Promotoria de Justiça de Santo Antônio de Jesus, sob responsabilidade da promotora Karina da Silva Santos, por meio da Portaria nº 003/2025.
A apuração tem prazo de 90 dias para ser concluída e foi motivada por uma denúncia apresentada por Alcimar Sousa, que acusa a gestão de empregar ao menos sete pessoas com laços familiares com o prefeito.
Em entrevista à Rádio Andaiá FM, Alcimar afirmou que as irregularidades começaram a ser percebidas em fevereiro e que a Prefeitura tem dificultado o acesso às informações solicitadas pelo MP. Segundo ele, o órgão ainda aguarda documentos e extratos de pagamento que comprovem as nomeações e vínculos familiares.
Além de Carolinne, outras pessoas próximas ao gestor e ao vice-prefeito, Manoel Francisco da Silva Filho, o Neneu, também teriam sido nomeadas para cargos comissionados. Entre elas estão Simone Moreira Fróes Hauí, filha do prefeito e secretária de Administração e Planejamento; Emanoela Souza Silva Fróes, filha do vice-prefeito e secretária do Trabalho e Assistência Social; e Ednalva Fróes Barbosa Prazeres, sobrinha do prefeito e funcionária do Departamento de Contabilidade.
A denúncia ainda cita outras contratações envolvendo sobrinhos, nora e cunhada do prefeito em setores como saúde e educação, o que pode caracterizar violação ao artigo 37 da Constituição Federal e à Súmula Vinculante nº 13 do Supremo Tribunal Federal, que proíbe a prática de nepotismo. Até o momento, a gestão de Tote Fróes não se pronunciou oficialmente sobre o caso.