Ramagem diz ao STF que anotações sobre fraudes nas urnas eram de uso privado

O deputado federal e delegado da Polícia Federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) afirmou nesta segunda-feira (9), em depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), que as anotações encontradas em seus dispositivos sobre supostas fraudes eleitorais eram de uso pessoal e não tinham ligação com articulações golpistas.

Ramagem prestou depoimento ao ministro Alexandre de Moraes como um dos réus acusados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de integrar o núcleo de articulação da tentativa de golpe de Estado após a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições de 2022.

Durante o interrogatório, Moraes citou um trecho de documento atribuído a Ramagem que menciona uma suposta fraude nas eleições de 2018, além de sugestões para “enaltecer o descrédito das urnas” e utilizar esse argumento como estratégia política.

Ao ser questionado sobre a autoria do texto, Ramagem confirmou que o material estava entre arquivos apreendidos pela Polícia Federal em sua residência e gabinete, mas alegou que se tratava de anotações particulares.

“Esse texto está nesse documento privado, são dois documentos de tudo que foi apreendido na minha residência, no meu gabinete, diversos computadores, meu computador principal, os pendrives e celulares, apenas dois arquivos foram colocados. À apreciação como elemento informativo, como prova nos autos. São documentos privados meus, que eu não fiz difusão nem encaminhamento nenhum. Eram anotações, são diversas e diversas anotações”, afirmou o deputado.

Ramagem ainda destacou que, após a votação do projeto do voto auditável no Legislativo, não produziu nem compartilhou novos conteúdos sobre o tema. “Ou seja, esse comentário todo diz respeito à votação que estava acontecendo no Congresso Nacional. E eu repito, depois que houve a votação, não há mais anotação privada minha, fechada privada, que não houve difusão minha, muito menos pública”, finalizou Ramagem.

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