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Alexandre Galvão 26 de Fevereiro, 2024
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Rui Oliveira: ‘Aprovação automática é jogar poeira debaixo do tapete’

Política
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Alexandre Galvão 26 de Fevereiro, 2024

SLB Entrevista  – Como vocês receberam a portaria da aprovação automática?

Rui Oliveira –
A categoria está repudiando a promoção automática. É uma falta de respeito. Não respeita a autonomia da escola, jogando a programação aprovada em 2023 para trás. Isso ganhou uma repercussão muito grande. Tivemos diversas reuniões e estamos aguardando para ver como vai se dar. Estamos fazendo apelo, denunciando no Ministério Público, fizemos tudo que tem que ser feito. A sociedade está no nosso lado.

SLB Entrevista – Depois que o assunto ganhou a imprensa, começaram a circular vídeos de alunos zombando, dizendo que agora não precisa mais estudar. Isso chegou para a APLB?

RO – A gente não pode generalizar. Isso são ações isoladas e não ajuda a resolver a questão. Claro que existem, mas isso não é a centralidade. Os alunos são amigos dos professores, são parceiros e eles têm que lutar para que essa aprovação automática não vingue.

SLB Entrevista – O fato do governador Jerônimo Rodrigues ser professor, assustou vocês na tomada de decisão sobre o tema?

RO – Foi uma medida tomada pela Secretária de Educação [Adélia Pinheiro]. Claro que a secretária é do governador. Essa relação é com a secretaria de educação e o governador depois fez declarações muito ruins. Isso aumentou a crise, ao defender que o aluno preto, pobre da periferia… concordamos com a garantia, o acesso, a permanência e o sucesso escolar. Mas como isso se dá? Não é passando todo mundo. É reforçando quem tem dificuldade. Essa é a questão central. Queremos o acesso, a permanência e o sucesso escolar. não comungamos com pedagogia da reprovação, nem aprovação em massa. tem que encontrar caminhos. Queremos que o aluno que ingresse tenha como ficar e superar as dificuldades. Pode ser no contra turno, com reforço, podem ser oficinas, são diversas atividades para colocar o aluno em um patamar melhor. Aprovar automaticamente é colocar a poeira debaixo do tapete.

SLB Entrevista – O governo Jerônimo já entrou no segundo ano. Qual a avaliação da APLB sobre o desempenho na educação?

RO – Tem melhorado a infraestrutura, com padrão de qualidade. Isso é inegável. Pela pressão da APLB, tem tido concurso público, mas tem muito a fazer. A gente tem que fazer nosso papel, que é apontar soluções, pressionar para ir pelo caminho melhor. O governo é de centro-direita e tem que ter disputa. Tem muita gente interessada que o povo brasileiro não seja educado, não seja alfabetizado. Só se supera desigualdade com educação.

SLB Entrevista – Falando um pouco do piso salarial, tem sido pago pelo Estado e prefeituras?

RO – Olha, 90% das prefeituras não respeitam. Aqui na Bahia é uma vergonha. Na rede estadual paga para quem está no plano de carreiras, mas os aposentados não recebem. Ganhamos o mandado de segurança para pagar e é uma disputa, luta para aprovar a lei e depois para garantir o pagamento da lei. Vamos fazer no dia 13 de março uma paralisação estadual, com todas as cidades, todas os professores das redes municipais e estadual, para cobrar o pagamento do piso salarial.

SLB Entrevista – A Bahia vai para a quarta parcela do pagamento dos precatórios da educação. Vocês ainda têm esperança de que sejam depositados os juros?

RO – Mais uma vez, o governo paga sem o precatório. Fomos a Brasília e estamos aguardando o pagamento. É um absurdo pagar sem o juros. A categoria tem esperança, uma categoria que não pode perder a esperança é a nossa.