
Trama golpista: STF analisa denúncia contra núcleo 4 por ataques ao sistema eleitoral

A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) julga nesta terça-feira (6) se aceita a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra mais sete investigados por envolvimento na trama golpista articulada durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Os acusados integram o núcleo 4 da investigação, voltado à organização de ações de desinformação para espalhar notícias falsas sobre o processo eleitoral de 2022 e promover ataques virtuais contra instituições e autoridades públicas.
Entre os denunciados estão militares da ativa e da reserva, um policial federal e um civil:
Ailton Gonçalves Moraes Barros (major da reserva do Exército)
Ângelo Martins Denicoli (major da reserva do Exército)
Giancarlo Gomes Rodrigues (subtenente do Exército)
Guilherme Marques de Almeida (tenente-coronel do Exército)
Reginaldo Vieira de Abreu (coronel do Exército)
Marcelo Araújo Bormevet (policial federal)
Carlos Cesar Moretzsohn Rocha (presidente do Instituto Voto Legal)
Primeira Turma do Supremo é composta pelos ministros Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cristiano Zanin, Cármen Lúcia e Luiz Fux. Após as sustentações orais, o colegiado analisará questões preliminares levantadas pelas defesas — como supostas nulidades nas provas, alegações de suspeição do relator e a legalidade das delações, incluindo a de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Se a denúncia for aceita, os sete investigados se tornarão réus e passarão a responder criminalmente no STF por crimes como tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, organização criminosa armada, dano qualificado, grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado.
Até o momento, o Supremo já tornou réus 14 acusados pertencentes aos núcleos 1 e 2, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro e outros oito aliados, denunciados em março. Ainda restam ser analisadas as denúncias relativas aos núcleos 3 e 5.