
Vereador Hamilton Assis crítica PM e cobra uso efetivo de câmeras corporais

O vereador de Salvador, Hamilton Assis (PSOL) criticou a segurança pública da Bahia e cobrou o uso efetivo das câmeras corporais nas fardas da Polícia Militar. Presidente da Comissão Especial em Defesa das Infâncias e Adolescências da Câmara de Salvador, o edil citou o caso do menino de 9 anos baleado durante uma operação policial no Nordeste de Amaralina, na última quarta-feira (8).
A crítica do vereador ocorre após o Ministério Público da Bahia (MPBA) recomendar à Secretaria de Segurança Pública (SSP) e aos comandos das polícias Civil e Militar a correção de “distorções” na política de uso das câmeras corporais operacionais (CCOs). Segundo o MP, há subutilização dos equipamentos, má gestão do sistema e falta de controle sobre as gravações, o que impede que as imagens sejam usadas para apurar abusos e proteger tanto policiais quanto cidadãos.
“Mais uma vez, a população pobre e negra de Salvador sofre as consequências da violência policial e da ausência de controle do Estado sobre suas forças de segurança. Quantas vidas ainda precisarão ser feridas ou perdidas até que o governo cumpra seu dever de fiscalizar e garantir o uso das câmeras corporais de forma efetiva?”, questionou Assis.
O vereador apresentou dados de um levantamento feito pelo Ministério Público, onde mostra que das 1.263 câmeras distribuídas pela SSP, apenas 95, o equivalente a 7,5%, estavam sendo efetivamente utilizadas no momento das vistorias. Para Hamilton, os dados revelam “descumprimento de diretrizes e descaso com a segurança pública e com o dinheiro do contribuinte”.
O vereador classificou o caso do menino baleado como “retrato da negligência institucional” e afirmou que “se as câmeras estivessem em funcionamento, seria possível esclarecer com transparência o que aconteceu. Mas o que vemos é um Estado que gasta milhões em equipamentos e não garante que sejam usados”.