
Wagner defende diálogo direto entre Lula e Trump para contornar tarifa de 50% dos EUA

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT), comentou nesta quarta-feira (30), os desdobramentos da viagem de senadores brasileiros aos Estados Unidos, que buscou alternativas para a tarifa de 50% imposta pelo presidente norte-americano Donald Trump sobre produtos brasileiros.
O parlamentar baiano destacou a importância de um encontro direto entre os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Trump, mas alertou que mudanças concretas na relação bilateral não acontecem de forma imediata.
“O encontro de dois presidentes da República não se prepara da noite para o dia. Eu vim aqui plantar. Estamos plantando. Não vim com a pretensão de colher”, afirmou Wagner.
Segundo o senador, em todas as reuniões com autoridades e representantes do setor produtivo norte-americano, o mesmo apelo foi ouvido: ampliar o prazo antes da aplicação das novas tarifas, que impactam as empresas.
As novas tarifas anunciadas pelo presidente Trump contra o Brasil começam a valer a partir desta sexta-feira (1º), se nada mudar.
Wagner questionou o curto tempo dado aos exportadores brasileiros para se adaptarem à medida anunciada por Trump: “Todos os países tiveram 60, 90 dias. Em 20 dias, como é que os empresários se organizam?”
A comitiva ainda tenta construir um ambiente de negociação mais direto entre os chefes de Estado, algo que, na visão de Wagner, poderia ajudar a “desmistificar preconceitos de parte a parte”. Para ele, Lula tem habilidade política e credibilidade internacional suficientes para tratar a questão com o presidente americano.
“Eu não posso dizer o que vai acontecer se houver esse encontro. Mas, se depender da minha opinião, esse encontro sempre será produtivo”, concluiu Wagner.