
Fábrica clandestina de bebidas em São Bernardo do Campo comprava etanol contaminado de postos do ABC, diz Polícia Civil
Fábrica em São Bernardo do Campo comprava etanol contaminado de postos do ABC e é apontada como origem de mortes por intoxicação por metanol, segundo a Polícia Civil

A Polícia Civil de São Paulo afirmou nesta sexta-feira (17) que a fábrica clandestina de bebidas alcoólicas fechada em São Bernardo do Campo, responsável por ao menos duas mortes por intoxicação por metanol, adquiria etanol contaminado de postos de combustível na própria cidade e em Santo André (SP).
Segundo o delegado-geral Artur Dian, a principal hipótese é que a fábrica tenha distribuído bebidas para a maioria dos locais envolvidos nos casos de intoxicação.
“Duas mortes já foram comprovadas como originadas dali, e outras quatro ainda estão sob investigação”, disse.
Bombonas com etanol contaminado foram encontradas no local, e os pagamentos realizados pela proprietária e familiares comprovariam a ligação com os postos. A venda de etanol em bombonas é ilegal, e os estabelecimentos suspeitos são alvo de fiscalização conjunta com a ANP e a Vigilância Sanitária.
Dian negou a participação de facções criminosas na fabricação das bebidas, afirmando que a atuação do PCC se limita “da bomba pra trás”, ou seja, na origem do combustível adulterado.
A operação também investiga o envolvimento de donos de bares e distribuidoras que possam ter adquirido bebidas falsificadas. As autoridades destacam ainda a necessidade de maior controle na reutilização de garrafas, tema que será debatido com o setor e a Assembleia Legislativa.