Da escola particular ao tráfico: quem era Júlio, o “playboy” baiano do CV morto no Rio
Filho de um conhecido comerciante do Nordeste de Amaralina, Júlio Souza Silva, de 30 anos, foi morto nesta terça-feira (28) durante operação policial no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Baiano, Júlio era considerado um dos principais líderes do Comando Vermelho (CV) na comunidade da Serra Verde, dentro do Nordeste de Amaralina, em Salvador.
Conhecido no bairro como “playboy”, Júlio estudou a vida inteira em escola particular voltada à classe média emergente da região. Filho do dono de um antigo bar em frente à Igreja de São José, o traficante cresceu em uma família trabalhadora e bastante conhecida no bairro.
A trajetória mudou cedo. Aos 17 anos, Júlio já praticava assaltos na orla de Salvador. Aos 20, assumiu o posto de destaque do tráfico na Serra Verde e se tornou um dos nomes mais temidos do Nordeste. A polícia baiana o apontava como autor de diversos homicídios e articulador da expansão do CV em áreas da capital e do Recôncavo.
Foragido, ele se refugiou no Rio de Janeiro, onde mantinha ligação com faccionados locais. Foi alcançado na operação conjunta das polícias Civil e Militar fluminenses, que mobilizou mais de 2,5 mil agentes nos complexos do Alemão e da Penha.
Durante a ação, um fuzil calibre 5.56 com a bandeira da Bahia foi apreendido, além de nove motocicletas. Outro baiano ligado ao CV também foi morto, e um terceiro integrante preso.
A operação, batizada de Contenção, busca impedir o avanço territorial do Comando Vermelho e prender chefes do tráfico procurados em diversos estados, inclusive a Bahia. Entre os alvos ainda foragidos estão Buel e Tio Chico, apontados como os principais líderes da facção no estado.
Segundo a Agência Brasil, a operação de hoje deixou pelo menos 64 mortos, sendo a mais letal do Rio de Janeiro.