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Redação 09 de Abril, 2025
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Delegado detalha atuação do grupo criminoso investigado na Operação Falsas Promessas

Segurança
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Redação 09 de Abril, 2025

Fabio Lordelo, titular da Draco, explica que influenciadores digitais promoviam rifas ilegais que serviam de fachada para a lavagem de dinheiro

O delegado Fábio Lordelo, titular da Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas (Draco), detalhou a complexidade da atuação da organização criminosa desarticulada pela Operação Falsas Promessas. Segundo ele, a estrutura do grupo era sustentada principalmente pelas redes sociais, onde influenciadores digitais promoviam rifas ilegais que serviam de fachada para a lavagem de dinheiro.

“O modo de operar da quadrilha se dava essencialmente pelas redes sociais. Esses influenciadores eram fundamentais para fomentar a venda dessas rifas ilícitas”, explicou.

A investigação revelou ainda o envolvimento direto de policiais militares, que não apenas davam suporte logístico, como também se beneficiavam financeiramente da operação criminosa.

De acordo com Lordelo, esses PMs atuavam como o “braço armado” do esquema, garantindo segurança aos principais membros do grupo, inclusive durante deslocamentos dentro e fora do estado da Bahia.

“Havia uma relação muito próxima entre os líderes da organização e esses policiais. A presença deles era constante, dando cobertura armada para assegurar o funcionamento das atividades criminosas”, afirmou o delegado.

A operação foi dividida em fases. Na primeira etapa, o foco foi desarticular uma célula ligada ao tráfico de drogas, com atuação em vários estados do país. Foi a partir da análise de elementos colhidos nessa fase que a polícia chegou ao segundo núcleo da organização — o grupo dos rifeiros, que utilizava as rifas como forma de movimentar grandes somas de dinheiro ilícito.

“Quando aprofundamos as investigações, ficou claro que o tráfico de drogas encontrou nas rifas uma nova forma de fluxo de capital. Essa parceria entre traficantes e rifeiros nas redes sociais foi o que permitiu o fortalecimento da estrutura criminosa”, explicou.

Ainda segundo o delegado, mesmo após prisões, monitoramento por tornozeleira eletrônica e denúncias formais à Justiça, alguns investigados continuaram promovendo rifas nas redes sociais.

“Eles seguiam atuando normalmente, o que demonstra a ousadia do grupo. Continuamos monitorando as postagens e identificamos reincidências mesmo após medidas judiciais”, ressaltou Lordelo.

As investigações continuam e novas prisões podem ser realizadas nos próximos dias.