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Redação 19 de Dezembro, 2025
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Técnico assassinado por facção estava no segundo dia de emprego após meses sem trabalho

Segurança
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Redação 19 de Dezembro, 2025

Execução de três trabalhadores da internet é investigada como represália por cobrança ilegal de “pedágio” em áreas dominadas pelo tráfico

Um dos técnicos de internet executados por uma facção criminosa em Salvador, havia retomado a vida profissional a apenas dois dias. Patrick Vinícius dos Santos Horta, de 28 anos, estava começando no novo emprego após cerca de seis meses desempregado quando foi sequestrado, amarrado e morto junto a outros dois colegas de trabalho.

Patrick trabalhava ao lado de Ricardo Antônio da Silva Souza, de 44 anos, e Jackson Santos Macedo, de 41. Pai de um menino de 7 anos, ele morava no bairro de Castelo Branco e buscava estabilidade para sustentar o filho. Diferente dele, Ricardo e Jackson já tinham experiência na função e, segundo familiares, vinham sendo ameaçados por criminosos antes do crime.

De acordo com relatos, traficantes abordavam os técnicos durante o serviço e exigiam que eles transmitissem recados à empresa para a qual trabalhavam. A cobrança era clara: o pagamento de um “pedágio” para permitir a atuação em áreas controladas pela facção. Caso contrário, os funcionários seriam mortos.

As investigações apontam que a extorsão teria como alvo a Planet Internet, provedora que atua em bairros da região de Pirajá e do Subúrbio Ferroviário. Em nota, a empresa lamentou as mortes. Para a polícia, a execução dos trabalhadores foi uma forma de represália diante da recusa ou da ausência de pagamento da taxa ilegal imposta pelo grupo criminoso.

Os corpos de Patrick, Ricardo e Jackson foram encontrados com fardas de trabalho e com mãos e pés amarrados, o que reforça a hipótese de execução. Não há registros de antecedentes criminais ou processos judiciais contra as vítimas no Tribunal de Justiça da Bahia (TJ-BA), reforçando que se tratavam de trabalhadores sem qualquer envolvimento com o crime.

Policiais militares da 14ª Companhia Independente da PM (CIPM/Lobato) atenderam à ocorrência e isolaram a área até a chegada do Departamento de Polícia Técnica (DPT). O caso segue sob investigação.