Uneb é alvo de críticas após publicar manifesto contra megaoperação policial no Rio de Janeiro
A Universidade do Estado da Bahia (Uneb) enfrentou uma onda de críticas nas redes sociais após divulgar, em seu perfil oficial no Instagram, um manifesto com críticas à megaoperação policial realizada no Rio de Janeiro, que resultou em 121 mortos, na última terça-feira (28).
No texto, a instituição lamentou o que chamou de “massacre ocorrido no Rio de Janeiro” e afirmou que as mortes expõem “o uso arbitrário das forças do Estado em um projeto que criminaliza a pobreza, racializa o território e normaliza a morte de pessoas negras e periféricas”.
A nota, intitulada “Manifesto por uma segurança pública que atue em defesa da vida”, diz ainda que não é possível falar em democracia “em um país que naturaliza chacinas”.
O posicionamento, entretanto, provocou reação de internautas, inclusive de alunos da instituição. Mais de 700 comentários foram publicados na página da universidade e alguns acusam a Uneb de adotar uma postura “ideológica” e “parcial” ao tratar de uma operação que teve como alvo criminosos ligados à facção Comando Vermelho (CV).
Uma estudante, que se identificou como policial militar, criticou o texto afirmando que a universidade “violou o princípio da impessoalidade” ao atribuir caráter racista à ação policial.
“Como discente da UNEB e policial militar, manifesto meu total discordo em relação à nota divulgada pela instituição, que, em vez de cumprir seu papel de promover o conhecimento e a reflexão crítica de forma imparcial, optou por emitir um posicionamento ideológico”, disse.
Outros comentários seguiram a mesma linha. “Não é possível falar em democracia em um país em que universidades públicas naturalizam o narcoterrorismo. Que vergonha dessa nota”, disse uma seguidora. “Quando um traficante mata pai de família tem nota tbm?”, perguntou um seguidor.