Wagner reconhece que Lula “passou do ponto” ao falar de Holocausto, mas diz que presidente demonstrou “indignação de um humanista”
Senador diz também que não faria sentido Lula pedir desculpas a Netanyahu, mas que pode pedir a Israel, se quiser esclarescer a situação
O senador Jaques Wagner (PT), líder do governo federal no senado, reconheceu que Lula “passou do ponto” quando comparou a situação dos palestinos na Faixa de Gaza à dos judeus durante o Holocausto, mas também disse que o presidente demonstrou uma “indignação de um humanista”.
“Para mim, a única coisa que, vamos dizer, passou do ponto foi a comparação. Porque eu acho que aquele episódio [Holocausto], que foi a maior barbárie do século 20, é um episódio único. Agora, a indignação do presidente, se eu puder apostar, é a indignação da ampla maioria dos seres humanos no mundo”, disse o senador ao jornal Folha de S.Paulo.
Wagner é judeu. Ele rebateu as acusações de antissemitismo feitas contra o presidente por conta da declaração e disse que a reação do premiê israelense, Binyamin Netanyahu, é de um desesperado. “O Netanyahu, em algum momento, vai ser condenado pelo que ele está fazendo”, afirmou.
O senador disse também que a intenção do presidente é lutar pelo cessar-fogo. “O que o presidente Lula fala, e eu acho até que já surtiu efeito, que vários países na Europa começam a falar de cessar-fogo com mais intensidade. A única coisa que ele quer é que se cesse esse fogo, que se devolvam os reféns, e que se pare de matar inocentes”, disse.
Questionado se o presidente vai pedir desculpas, Wagner disse que não faria sentido Lula pedir desculpas para Netanyahu, mas que pode pedir para Israel, “eventualmente, se ele quiser, esclarescer”, mas não sabe se ele vai fazer.