
Prefeitura de Salvador estuda concessão da Praça Thomé de Souza por R$ 223 milhões

A Prefeitura de Salvador iniciou os preparativos para conceder à iniciativa privada a gestão da Praça Thomé de Souza, um dos principais cartões-postais da capital baiana. O contrato está estimado em R\$ 223 milhões e terá validade de 30 anos.
Além da requalificação da praça, o projeto prevê que a empresa vencedora da concessão administre o Elevador Lacerda, os planos inclinados da região do Centro Histórico e um novo centro de convenções que será construído no subsolo do prédio atual da prefeitura.
Atualmente, o processo está em fase de estudos técnicos, iniciados em maio e com previsão de conclusão em outubro. Após essa etapa, será realizada audiência pública para definir a concessionária responsável.
De acordo com Mila Paes, secretária de Desenvolvimento, Emprego e Renda de Salvador (Semdec), o cronograma sofreu atraso de quase um ano devido a alterações no modelo de operação inicialmente previsto. Ela explicou que, após a finalização dos estudos, a Secretaria de Cultura deve assumir a condução do projeto para licitação.
Os investimentos estão assegurados pelo Programa Nacional de Desenvolvimento e Estruturação do Turismo (Prodetur), com financiamento do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID).
Requalificação e novas obras
A primeira intervenção já concluída foi a reforma do Elevador Lacerda, entregue em fevereiro deste ano. A obra custou R\$ 14 milhões e incluiu restauração estrutural, climatização e substituição das cabines.
O próximo passo será a construção de um centro de convenções no Palácio Thomé de Souza e na área subterrânea da praça. Orçado em R$ 20 milhões, o projeto prevê ainda a mudança da sede da prefeitura para o Palácio da Sé a partir de 2026.
Também está em análise a concessão do Plano Inclinado Gonçalves, que liga o Comércio ao Pelourinho. Outros equipamentos, como o Plano Inclinado Pilar e o Elevador do Taboão, ainda não tiveram confirmação de inclusão.
Histórico de concessões e revitalização do Centro
A proposta integra o Plano Integrado de Concessões e Parcerias de Salvador (Pics), aprovado em 2021. Dentro desse programa, já foi concedido à iniciativa privada o Palácio Rio Branco, onde deve funcionar um hotel após contrato de 35 anos firmado em 2022 por R$ 135,4 milhões.
As iniciativas fazem parte do conjunto de ações de requalificação do Centro Histórico e do Comércio, iniciado na gestão de ACM Neto e ampliado pelo programa Renova Centro, criado por Bruno Reis, que oferece incentivos de até R$ 500 milhões para investimentos na região.
O prefeito também anunciou a intenção de incluir, na revisão da Lei de Ordenamento do Uso e da Ocupação do Solo (Louos), o modelo de hasta pública para imóveis abandonados. A ideia é desapropriar e leiloar esses espaços, transferindo aos novos proprietários a responsabilidade pela revitalização.