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Alexandre Galvão 14 de Maio, 2025
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Jerônimo pede, a Alba aprova – e ninguém questiona?

Coluna Alexandre Galvão
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Alexandre Galvão 14 de Maio, 2025

“Transparência ouro” — diz o selo estampado na página inicial da Assembleia Legislativa da Bahia (Alba). Com o perdão da ignorância, confesso que não sei quais são os critérios para conceder o título de “ouro” àquela Casa de Leis.

De lá, afinal, tem saído — de forma quase ininterrupta — o verdadeiro “ouro” dos empréstimos solicitados pelo governo de Jerônimo Rodrigues (PT).

Na mesma homepage que exalta a tal transparência dourada, há outro destaque que ofusca qualquer brilho: “Alba autoriza contratação de empréstimo para o governo da Bahia no valor de R$ 4,5 bilhões”. Assim, com essa naturalidade. Como se estivéssemos tratando de meros R$ 4,50.

É claro que o principal responsável pelo endividamento do Estado tem nome, sobrenome e cargo: Jerônimo Rodrigues, governador da Bahia. Mas, quando será que discutiremos a permissividade tranquila — e quase ritualística — da Assembleia?

Com todo respeito aos deputados que lá estão por vontade do povo, aquele plenário, salvo raríssimas exceções, parece uma cabana de conferências. Os pedidos de empréstimo chegam com urgência, vão direto ao plenário e, mesmo com a resistência isolada de alguns poucos, são aprovados. E a vida segue.

Certa vez, um ex-todo-poderoso da Alba — já fora do jogo — me disse: se tirarmos todos os deputados e colocarmos, no topo da rampa, uma pessoa com um carimbo de “aprovado”, a Casa teria a mesma serventia. E, sabe, talvez ele esteja certo. Neste caso, o ditado é válido: o rio correu pro mar.

É preciso, sim, cobrar de Jerônimo. Mas sem esquecer suas excelências da Alba. Aquele plenário não pode se tornar apenas um salão de descanso para políticos entre um cafezinho e outro.