Bancada ruralista critica proposta de ala do PT de taxar exportação do agro

A Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), conhecida como bancada ruralista, criticou a decisão do governo federal de reduzir tarifas de importação de alimentos como forma de conter a alta dos preços. Em nota, o presidente da FPA, Pedro Lupion (PP-PR), classificou a medida como “desesperada e mal planejada”, alegando que a inflação não será resolvida dessa forma.

A decisão foi anunciada após uma reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com ministros, como parte de um pacote para baratear alimentos. Entre as mudanças, estão alterações no Plano Safra e a redução da alíquota de importação de produtos cujo preço interno esteja superior ao externo.

A FPA reagiu imediatamente, argumentando que não há desabastecimento ou sobrepreço no setor agropecuário e que abrir importações é uma estratégia “demagógica” para passar a impressão de que o governo age contra a inflação.

A bancada ruralista defende que, em vez de importar, o governo deveria incentivar a produção nacional, facilitando o crédito agrícola e resolvendo gargalos logísticos.

Enquanto isso, economistas apontam que uma solução mais eficaz seria taxar exportações, garantindo que mais alimentos permaneçam no mercado interno. O economista Pedro Faria questiona se a redução das tarifas de importação não servirá apenas para aumentar a margem de lucro de fornecedores, enquanto José Giacomo Baccarin destaca que a alta de 20% nos preços das carnes está diretamente ligada ao aumento das exportações.

O embate entre governo, setor produtivo e economistas reflete as diferentes abordagens para conter a alta dos alimentos. Enquanto a FPA defende um estímulo interno à produção e corte de gastos públicos, especialistas sugerem medidas como a taxação de exportações e o reforço dos estoques públicos para equilibrar preços no mercado nacional.