Wagner Moura critica PL do streaming e cobra Lula: “Fique atento”
O ator baiano Wagner Moura se manifestou nesta quarta-feira (10), nas redes sociais, para criticar o projeto de lei que regulamenta o streaming no Brasil. Em um vídeo publicado pelo perfil do diretor de “O Agente Secreto”, Kleber Mendonça Filho, o ator chamou o PL de “bizarro” e cobrou mais atenção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ao tema.
“São projetos muito ruins, não só para o setor audiovisual brasileiro da cultura, um setor que gera emprego, gera renda, um setor econômico importante…, como, de um modo geral, ruim para o Brasil, para a autoestima, para a autonomia do país”, afirmou Wagner.
De acordo com o artista, um dos principais erros é a alíquota de taxação proposta, de 4%, que, para ele, é muito baixa, dada a dimensão do mercado consumidor do Brasil. “É muito pouco. O Brasil é o segundo maior mercado onde os streamings fazem mais dinheiro no mundo, apenas depois dos Estados Unidos, então para um mercado desse tamanho é uma taxação muito pequena”, explicou.
O protagonista de “O Agente Secreto” também criticou a possibilidade de as plataformas utilizarem parte da taxação para produzir conteúdo próprio, em vez de fomentar a produção brasileira. “O ponto mais bizarro é o fato dessas empresas poderem usar esse dinheiro, parte do dinheiro da taxação, para investir em seu próprio conteúdo […] é um dinheiro que deveria estar indo para fomentar a produção independente brasileira”, opinou.
Finalizando sua declaração, Wagner Moura cobrou o Ministério da Cultura do Brasil e o presidente Lula para que voltem atenção ao projeto.
“Queria deixar aqui esse recado para que o Ministério da Cultura do Brasil entre nesse jogo defendendo a autonomia do país nessa questão e que o presidente Lula fique atento a isso. É um momento importante, não só para o setor audiovisual brasileiro mas para a autoestima do país, para a soberania do país”, completou.
O PL 8.889/2017 prevê 10% de cota para conteúdo brasileiro nos serviços de streaming e define alíquota de 4% para pagamento da Contribuição para o Desenvolvimento da Indústria cinematográfica Nacional (Condecine).
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