
“Analfabetos não são doentes, são vítimas do descaso da Educação da Bahia”, comenta ACM Neto sobre fala de Jerônimo
Em evento na última semana, o governador comparou o analfabetismo com doença

O vice-presidente do União Brasil, ACM Neto, criticou a declaração do governador da Bahia, Jerônimo Rodrigues (PT), que classificou os analfabetos como “doentes”.
“Os analfabetos não são doentes, são vítimas do descaso com a educação. São vítimas de pessoas como o senhor, que, infelizmente, não consegue entender que, através da educação, a gente muda a sociedade. As pessoas mais pobres só terão condições de vencer na vida com uma educação pública de qualidade, que é o que defendo”, disse ACM.
O ex-prefeito de Salvador ressaltou a posição do estado no ranking de analfabetismo no país. “Governador, o senhor devia saber que o estado que o senhor governa é um dos campeões nacionais em analfabetismo. Um em cada 10 baianos é analfabeto, significando 1,5 milhão de pessoas em nosso estado. Não acho que essas pessoas são doentes, até porque o analfabetismo não é doença, é ausência. Ausência do poder público, ausência de prioridades para educação, ausência de um governador”, completou.
A fala de Jerônimo foi realizada durante coletiva de imprensa em evento para assinatura de ordem de serviço para reforma do Teatro Castro Alves, na última sexta-feira (1). Na ocasião, o governador ainda acrescentou que “quem ama não reprova”.
“Vou repetir, é como se nós tivéssemos uma doença, que para mim o analfabetismo é uma doença, da ignorância, de não poder ler, não poder escrever, não poder analisar, não poder criticar, então acaba sendo uma doença subjetivamente falando”, disse.
“Governador, o senhor só piora as colocações sobre a educação pública na Bahia. Recentemente, defendeu a aprovação em massa de alunos. Agora, ao invés de ajustar a portaria, o senhor insiste e aprofunda a gravidade do que está dizendo. Não é verdade que quem ama não reprova. Eu sou pai, o senhor também é pai; temos responsabilidade de educar nossos filhos, e não há pai que vai dizer sempre ‘sim’ ao seu filho. Ao contrário, a criança em formação precisa ser acompanhada, cobrada e testada, como acontece em todo lugar onde a educação funciona”, ponderou Neto.
O presidente da Fundação Índigo reafirmou que a aprovação em massa é uma forma de mascarar os dados da educação na Bahia.
“O senhor está defendendo isso exclusivamente porque nos últimos 18 anos o PT da Bahia fracassou na educação, inclusive com o senhor como secretário de Educação do Estado, nos trazendo para as últimas posições do Brasil no Ideb. Agora, querem melhorar os números. E a solução, qual é? Aprova automaticamente. Não importa se ele aprendeu ou não. É por isso que a Bahia é um dos estados mais violentos do Brasil, com o maior número de desempregados e a maior quantidade de pessoas vivendo abaixo da linha de pobreza em todo o Brasil. Esse é o resultado de 18 anos de PT”, completou.