Autor da facada em Bolsonaro passará por novo exame e pode ser liberado

O autor do atentado contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em 2018, Adélio Bispo de Oliveira, de 47 anos, passará nos próximos dias por um novo exame psiquiátrico para determinar se ainda representa risco à sociedade. A avaliação será realizada por uma equipe de dois psicólogos no Presídio Federal de Campo Grande (MS), onde ele está internado desde 2019.

De acordo com informações obtidas pelo portal Metrópoles, o laudo buscará identificar se Adélio continua apresentando transtornos mentais graves e se mantém o perfil de periculosidade que justificou sua manutenção sob medida de segurança. O resultado também deverá indicar quando ocorrerá a próxima reavaliação e se há necessidade de transferência para um hospital de custódia, destinado a detentos com distúrbios psiquiátricos.

Caso o parecer conclua que Adélio não oferece mais risco, ele poderá ser libertado, já que não cumpre pena, mas uma medida de segurança, prevista para inimputáveis. Nessa hipótese, ele poderia passar a receber acompanhamento ambulatorial determinado pela Justiça. No entanto, segundo fontes ouvidas pelo Metrópoles, essa possibilidade é considerada remota, diante das condições clínicas do preso e da tendência judicial de preservar a ordem pública.

Relatórios internos indicam que o estado de saúde mental de Adélio se deteriorou ao longo dos anos, com registros de isolamento, recusa a banhos de sol e interrupção do uso de medicamentos prescritos. Em julho deste ano, ele teria se negado a tomar os remédios indicados para o tratamento de transtorno delirante persistente.

Atualmente, Adélio vive sozinho em uma cela de seis metros quadrados, sem contato com outros detentos ou familiares, e não recebe visitas há mais de um ano. Documentos médicos sobre seu quadro permanecem sob sigilo judicial.

Por decisão da Justiça, Adélio Bispo deverá permanecer sob custódia no sistema prisional até 2038, quando completará 60 anos. Apesar de ser considerado um preso de alta periculosidade, não há previsão de transferência para outra unidade. A penitenciária de Campo Grande, uma das cinco federais do país, é apontada como a mais equipada para lidar com detentos com transtornos psiquiátricos, embora não conte com estrutura totalmente adequada para tratamento clínico.