
‘Eu acho ótimo, desde que não se fale em anistia para mandantes’, diz Wagner sobre projeto que reduz penas do 8/1
A proposta está em negociação entre os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB) com o STF

O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), afirmou nesta semana que considera “ótimo” um projeto de lei que reduza penas dos condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro de 2023, desde que a proposta não beneficie os mandantes e financiadores dos ataques.
A proposta está em negociação entre os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), e da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), com o Supremo Tribunal Federal (STF), segundo revelou a colunista Mônica Bergamo. A ideia é diminuir as penas de parte dos réus e endurecer a punição contra lideranças envolvidas.
“Eu acho ótimo, desde que não se fale em anistia para mandantes e financiadores do crime”, disse Wagner à Folha de S.Paulo.
Ele também negou qualquer participação do governo federal nas articulações e ressaltou que o tema está sendo conduzido pelo Congresso.
“O Planalto não está à frente do assunto. Quem está pressionado é o Parlamento”, afirmou.
De acordo com interlocutores, o projeto busca encerrar o debate sobre anistia, sinalizar que as penas do STF não são desproporcionais e liberar a pauta do Congresso para outros temas. A movimentação também visa evitar desgastes ao governo Lula (PT), mantendo-o fora da linha de frente da discussão.
Enquanto isso, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e aliados seguem promovendo atos em defesa da anistia. Nesta segunda-feira (28), Bolsonaro gravou um vídeo da UTI onde está internado, convocando manifestação em Brasília para o dia 7 de maio.
O PL conseguiu aprovar um requerimento de urgência para votar o projeto de anistia na Câmara, mas Hugo Motta ainda resiste em levar a proposta ao plenário.