“Interagir com tornozeleira não significa fugir”, diz advogado de Bolsonaro

O advogado Paulo Cunha Bueno, que representa o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), afirmou que a tentativa de violação da tornozeleira eletrônica não indica intenção de fuga. A declaração foi feita após o Supremo Tribunal Federal (STF) converter a prisão domiciliar de Bolsonaro em preventiva.

Segundo o defensor, o episódio em que o ex-presidente usou uma ferramenta de solda no equipamento não caracteriza preparação para escapar da Justiça. 

“Você simplesmente interagir com a tornozeleira não significa, não equivale dizer que você pretendia fugir. A fuga seria uma estrutura complexa. Se ele pretendesse fugir, ele ia cortar a tornozeleira”, disse o advogado à GloboNews.

Bueno alegou que não haveria condições para Bolsonaro deixar o condomínio onde está preso, devido à presença de equipes da Polícia Federal e à alta visibilidade pública.“Uma pessoa como o presidente Bolsonaro, se colocar o pé na esquina é reconhecido”, disse.

O advogado sustentou ainda que Bolsonaro enfrentou um surto no momento em que tentou remover a tornozeleira. “Essa medicação nova foi prescrita três dias antes do episódio. Você uniu uma medicação nova em cima de outras duas medicações psiquiátricas que já vinham sendo ministradas, um paciente idoso, portanto muito mais suscetível a interações medicamentosas. E acabou produzindo uma situação Provavelmente acabou atuando, enfim, passando o ferro de solda na tornozeleira”, completou Bueno.