
Motta diz não ter clima na Câmara para ‘anistia ampla, geral e irrestrita’

O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou nesta quinta-feira (14), que não há clima político na Casa para aprovar uma anistia “ampla, geral e irrestrita” aos envolvidos nos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023.
A declaração foi dada em entrevista à GloboNews, uma semana após apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ocuparem os plenários da Câmara e do Senado para pressionar pela aprovação de um pacote que incluía a anistia total.
“Um projeto auxiliar começou a ser discutido ainda no semestre passado, que não seria uma anistia ampla, geral e irrestrita. Eu não vejo dentro da Casa um ambiente para, por exemplo, anistiar quem planejou matar pessoas, não acho que tenha esse ambiente dentro da Casa”, disse Motta.
Motta defendeu que não há espaço para anistiar pessoas acusadas de planejar crimes graves, como assassinatos. A Polícia Federal revelou a existência da operação “Punhal Verde Amarelo”, supostamente ligada à trama golpista de 2022, que previa o assassinato do presidente Lula e do ministro Alexandre de Moraes.
“Há uma preocupação, sim, com pessoas que não tiveram um papel central, que pela cumulatividade das penas acabaram recebendo penas altas. Há uma certa sensibilidade acerca dessas pessoas que poderiam numa revisão de penas poder, de certa forma, receber, quem sabe, uma progressão e ir para um regime mais suave, que não seja um regime fechado”, prosseguiu.
Para Motta, uma proposta mais restrita poderia ter apoio tanto da oposição quanto da base governista. Ele afirmou ainda que pretende retomar as discussões com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e com ministros do Supremo Tribunal Federal (STF).
“Ninguém quer fazer nada na calada da noite, de forma atropelada. O que aconteceu no 8 de janeiro foi muito grave e isso precisa ficar registrado para que — assim como aconteceu na última semana, no plenário da Casa — esses episódios não voltem a se repetir”, destacou.