MP-BA dá 15 dias para Claudia Leitte explicar mudança em letra de música

O Ministério Público da Bahia (MP-BA) iniciou uma investigação para apurar um suposto caso de racismo religioso envolvendo a cantora Claudia Leitte. A polêmica gira em torno da alteração do nome de um orixá na letra da música “Caranguejo” durante suas apresentações.

Claudia Leitte foi notificada e tem um prazo de 15 dias para apresentar sua defesa. Os compositores da canção também serão convocados para prestar depoimentos. Além disso, uma audiência pública está agendada para o dia 27 de janeiro, às 14h, na sede do MP-BA, em Salvador.

Relembre o caso

A polêmica teve início durante a reabertura do ‘Candyall Guetho Square’, quando Claudia Leitte alterou a letra de uma canção tradicionalmente ligada à religião de matriz africana. Em vez de entoar “Saudando a rainha Iemanjá”, a cantora cantou “Eu canto meu Rei Yeshua”, fazendo uma referência ao cristianismo.

Desde que se converteu ao evangelismo em 2014, Claudia vem ajustando suas performances, o que tem gerado debates entre seus fãs e críticos sobre a preservação das raízes culturais do Axé Music.

A situação foi amplamente discutida após o secretário de Cultura e Turismo de Salvador, Pedro Tourinho, defender que as letras do Axé Music devem manter suas conexões com as religiões de matriz africana.

Embora não tenha mencionado Claudia Leitte diretamente, o posicionamento foi interpretado como uma crítica à cantora. O caso ganhou ainda mais visibilidade quando Ivete Sangalo, durante o evento “Movimento Você e a Paz”, incluiu em sua performance da música “Muito Obrigada, Axé” versos que clamavam por diálogo e pela preservação da paz: “Joga as armas pra lá, joga, joga as armas pra lá. Dialoga”. Ivete também expressou apoio à crítica de Tourinho ao curtir sua publicação nas redes sociais.