Dia da Consciência Negra: 5 livros para entender a questão racial no Brasil
A leitura de obras de autores negros e sobre a história negra no Brasil é fundamental para entender as raízes dessas desigualdades e desenvolver uma conscientização sobre o impacto do racismo estrutural no país. A literatura oferece uma oportunidade valiosa de explorar experiências, vivências e lutas da população negra, além de destacar as contribuições culturais e intelectuais de autores e autoras que registram e refletem sobre a condição do povo negro no Brasil.
O Dia da Consciência Negra, celebrado em 20 de novembro, é uma data de extrema importância para o Brasil, onde cerca de 56% da população se identifica como negra ou parda, conforme dados do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Instituído em homenagem à memória de Zumbi dos Palmares, um dos principais líderes do movimento de resistência negra contra a escravidão, o dia 20 de novembro marca o falecimento do líder quilombola, ocorrido em 1695. Mais do que uma lembrança histórica, essa data propõe uma reflexão profunda sobre as desigualdades raciais, promovendo a valorização da cultura negra e o fortalecimento de sua representatividade em todos os âmbitos da sociedade.
Confira abaixo os livros recomendados:
- “Minha História”, de Michelle Obama
Primeira mulher negra a ocupar o posto de primeira-dama dos Estados Unidos, Michelle Obama relata em sua autobiografia os desafios pessoais e profissionais que enfrentou, desde sua infância em um bairro operário de Chicago até o papel de figura pública. A obra oferece uma perspectiva inspiradora sobre representatividade e liderança feminina negra, refletindo sobre identidade e desafios sociais. - “Olhos D’Água”, de Conceição Evaristo
Com uma série de contos que retratam o cotidiano da população afro-brasileira, Conceição Evaristo explora temas de violência, pobreza e resiliência, sempre com um olhar voltado para a vivência das mulheres negras. Suas histórias emocionantes dão voz à luta por dignidade e retratam a resistência cotidiana contra a opressão racial. - “12 Anos de Escravidão”, de Solomon Northup
Neste relato autobiográfico, Solomon Northup narra sua história como um homem negro livre que foi injustamente capturado e vendido como escravo. Uma obra que apresenta um testemunho direto e impactante sobre o sofrimento e a luta dos negros durante a escravidão, destacando a importância de lembrar e refletir sobre o passado para combater o racismo no presente. - “O Avesso da Pele”, de Jeferson Tenório
Tenório aborda temas de identidade, racismo e violência policial, refletindo sobre as complexidades da vida de um jovem negro. O romance coloca em perspectiva as questões raciais enfrentadas no Brasil contemporâneo e incentiva a empatia e compreensão das experiências da população negra no país. - “Quarto de despejo”, de Carolina Maria de Jesus
O diário da catadora de papel Carolina Maria de Jesus deu origem a este livro, que relata o cotidiano triste e cruel da vida na favela. A linguagem simples, mas contundente, comove o leitor pelo realismo e pelo olhar sensível na hora de contar o que viu, viveu e sentiu nos anos em que morou na comunidade do Canindé, em São Paulo, com três filhos.