Fogo Cruzado: Em 36 dias, Salvador e RMS registram 3 mortes de agentes de segurança
Segundo o Instituto, duas das três vítimas não estavam em serviço
Três mortes de agentes de segurança foram registrados entre o primeiro dia do ano e esta terça-feira (5), em Salvador e Região Metropolitana, conforme informou o Instituto Fogo Cruzado nesta quarta (6) ao Se Ligue Bahia.
De acordo com a diretora executiva do Fogo Cruzado, Cecília Olliveira, duas das três vítimas não estavam em horário de trabalho.
Em 2023, 37 agentes foram baleados —20 não estavam em serviço —, 15 foram mortos e 22 se feriram durante e fora do serviço, segundo dados do Instituto.
Para a diretora, “isso precisa ser olhado com muita atenção e cuidado: eles morrem como? Por quê? Pelas mãos de quem? Para evitar que mais policiais morrem é preciso responder essas perguntas, mas o governo da Bahia não divulga regularmente informações sobre agentes públicos de segurança feridos ou mortos fora de serviço, só quando estão a trabalho”.
Ainda de acordo com Cecília, o profissional que tem um trabalho considerado de risco precisa ser assistido, mesmo em períodos de folga.
“O que os moradores de Salvador e Região Metropolitana vivem hoje é uma política de insegurança pública, que prioriza o confronto em detrimento da inteligência e deixa a todos a mercê, a população e os agentes.Quando o estado faz esta escolha, este é o resultado. E isso vem sendo feito há anos”, disse.
Olliveira também ressaltou a importância das políticas públicas de preservação dos agentes e citou a necessidade da efetividade dessas ações de garantia à vida.
“Se um a gente é morto, como fica a família? Com que amparo? Quando isso acontece é comum ouvir: ‘ele sabia que isso era um risco quando prestou concurso’. Mas isso é um absurdo e tira do governo do estado a responsabilidade por estas vidas”, criticou.
A representante também cobrou a falta de transparência sobre a quantidade de mortes, como, também, uma forma de alerta para tentar evitá-las.
“Quando você sequer produz informações sobre estas mortes para tentar evitá-las, a responsabilidade é dobrada. Cientes de que essa lacuna na produção de informações que podem salvar vidas é comum a muitos estados, o Fogo Cruzado vem levantando estas informações tanto para colaborar com a elaboração de políticas públicas que evitem estas mortes, quanto para que se responsabilize os culpados por estas mortes”, concluiu.