
Haddad defende que reforma administrativa comece pelo fim dos supersalários

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu nesta segunda-feira (2) que a reforma administrativa tenha como prioridade o combate aos supersalários no setor público. A declaração foi dada durante coletiva de imprensa, quando ele também mencionou propostas já enviadas ao Congresso Nacional que tratam do tema.
Segundo Haddad, entre as iniciativas encaminhadas pela equipe econômica está a mudança nas regras de aposentadoria das Forças Armadas. Para ele, é fundamental começar a discussão pela elite do funcionalismo. “Já apresentamos ao Congresso algumas medidas que considero essenciais antes de qualquer outra etapa da reforma: a questão dos supersalários e o acordo com as Forças Armadas sobre aposentadoria. Seria um bom exemplo para iniciar esse debate, começando pelo topo da estrutura pública”, afirmou.
O ministro também fez uma crítica à forma como o termo “reforma administrativa” tem sido utilizado no debate público. “Existe um certo fetichismo em torno dessa expressão. Mas, quando colocamos os números na mesa, vemos que a conta não fecha. É preciso cautela”, ponderou.
Grupo na Câmara terá 45 dias para apresentar proposta
Na última terça-feira (21), o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, anunciou a criação de um grupo de trabalho para tratar da reforma administrativa. O colegiado terá representantes de todos os partidos e um prazo de 45 dias para apresentar um texto que poderá ser votado ainda no primeiro semestre, antes do recesso parlamentar de julho.
De acordo com Motta, a intenção é modernizar o serviço público, sem prejudicar categorias específicas. “Esse projeto não favorece apenas um setor, mas atende a toda a sociedade, que quer serviços públicos mais eficientes”, declarou.
Ele afirmou ainda que o objetivo da reforma não é retirar direitos, mas melhorar a gestão e garantir que o Estado funcione melhor para quem mais precisa. “Que possamos pensar nas pessoas que dependem diretamente dos serviços públicos, muitas vezes inacessíveis ou com demora excessiva no atendimento”, disse o deputado.
O presidente da Câmara também destacou que o grupo deve discutir maneiras de reduzir o tamanho da máquina pública e ampliar os investimentos em áreas estratégicas, além de explorar o uso de novas tecnologias e adotar critérios de meritocracia na gestão pública.