
Manifestantes realizam ato em Vitória da Conquista e vereadora defende anistia para envolvidos no 8 de janeiro

Neste domingo (16), manifestantes se reuniram na Praça Guadalajara, conhecida popularmente como “Praça da Normal”, em Vitória da Conquista, para um ato em apoio ao ex-presidente Jair Bolsonaro e pela anistia aos envolvidos no suposto golpe, ocorrido no dia 8 de janeiro de 2023. A manifestação transcorreu de forma pacífica e contou com a presença de pessoas de diversas idades.
Em entrevista exclusiva ao Se Ligue Bahia, a vereadora Lara Fernandes (Republicanos) abordou questões relacionadas aos julgamentos conduzidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF) e manifestou preocupação com a situação de alguns detidos.
Sobre o andamento dos processos, Fernandes afirmou que as decisões estão sendo tomadas “muito lentamente” e comparou os casos a outros crimes: “A gente vê crimes de assassinos, traficantes sendo julgados, então nossos patriotas vão lutar por liberdade e por um Brasil melhor”. A parlamentar alegou que muitos dos presentes no dia 8 de janeiro estavam no local sem intenção de cometer delitos e que alguns entraram nos edifícios para fugir de bombas de gás.
Fernandes também comentou a postura da Procuradoria-Geral da República (PGR), que recentemente apresentou denúncia contra 43 indivíduos – incluindo Bolsonaro – que foram convocados a apresentar suas defesas no próximo dia 25 de março, dando início ao julgamento.
Ainda em relação aos manifestantes do dia 8 de janeiro, Lara argumenta que as penas aplicadas são “muito duras” e defende que as punições sejam proporcionais aos atos cometidos. “Quem danificou o patrimônio tem que ser julgado e condenado, mas de acordo com o crime”, pontuou.
A vereadora também criticou a decisão do STF de exigir dos acusados a comprovação de inocência. Segundo o artigo 156 do Código de Processo Penal, atualizado pela Lei nº 11.690/08, foi mantido o princípio de que “o ônus da prova cabe a quem faz a alegação”.
“Eles estão prendendo e aplicando penas de 17 anos, coisa que não estão aplicando nem para estupradores ou traficantes”, afirmou.
Sobre a principal pauta defendida na manifestação, Fernandes reforçou o pedido de julgamento justo para os presos e defendeu a anistia aos envolvidos. “Se trata de crime político. A gente viu, há 40 anos, pedidos de anistia para presos da ditadura, e hoje essas mesmas pessoas gritam ‘sem anistia’. Que contradição é essa?”, questionou.