MPF inicia apuração preliminar sobre suspeita de ‘rachadinha’ no gabinete de Motta
O Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal instaurou uma apuração preliminar para investigar suspeitas de prática de “rachadinha” e enriquecimento ilícito envolvendo o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), sua chefe de gabinete, Ivanadja Velloso, e servidores do gabinete parlamentar.
A investigação, que ainda está em fase inicial, busca reunir informações para determinar se há elementos suficientes para instaurar um inquérito civil por improbidade administrativa. O caso teve origem em uma representação apresentada pelo ex-deputado e ex-procurador da República Deltan Dallagnol, com base em reportagens publicadas pelo site Metrópoles.
Segundo as denúncias, Ivanadja Velloso teria procurações que lhe permitiam movimentar contas bancárias de diversos funcionários do gabinete de Motta. As suspeitas indicam que parte dos salários dos assessores seria repassada de forma irregular, prática conhecida como “rachadinha”.
Em setembro, a Procuradoria da República no DF chegou a consultar o Tribunal de Contas da União (TCU) para verificar se havia algum procedimento interno de apuração sobre o tema. Procurado pela imprensa, Hugo Motta não se manifestou sobre o caso. Ivanadja também não foi localizada para comentar as acusações.
As suspeitas envolvendo o gabinete de Motta ganharam ainda mais repercussão após uma reportagem da Folha de S.Paulo, publicada em julho, revelar que o deputado mantinha três funcionárias fantasmas em seu gabinete.
Na época, Motta negou qualquer irregularidade e afirmou, por meio de sua assessoria, que “preza pelo cumprimento rigoroso das obrigações dos funcionários, incluindo os que atuam remotamente dentro das regras da Câmara dos Deputados”.