
Representantes da Comissão de Educação da CMS repudiam ‘aprovação em massa’ de alunos
Crítica vem após o Governo do Estado orientar medida através de portaria e a APLB denunciar a ação

Após denúncia do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB) sobre uma aprovação em massa dos alunos do ensino médio da rede estadual, a Câmara de Salvador (CMS) levantou, durante sessão na tarde desta segunda-feira (19), uma discussão sobre a problemática.
O vice-presidente da Comissão de Educação, Esporte e Lazer da Casa, Téo Senna (PSDB), foi um dos edis que repudiou a ação e julgou como “um descompromisso para a educação”.
“Invalida todo o processo pedagógico. Já pensou você dá um curso […] e após todo um curso, a avaliação não é avaliada pedagogicamente? É aprovado todo mundo indiscriminadamente? A gente fica muito triste de que todo esse processo que for avaliado, além de não respeitar o trabalho do professorado, com a relação às avaliações quantitativas e qualitativas, além dos procedimentos do conselho de classe por unidade, que foram debatidos aluno por aluno nas escolas, nada disso foi considerado em avaliação pedagógica”, criticou.
No discurso, o edil ressaltou que levantará a pauta na Comissão de Educação para ser debatido e que “vai continuar a apurar”.
A presidente da Comissão, Cris Correia (PSDB), também se pronunciou e disse que a situação é um “retrato do absurdo”.
“Será que ele [Jerônimo Rodrigues] não pensa o que as consequências disso podem causar para esses alunos que estão se preparando para o vestibular, que estão se qualificando para a sua vida profissional? Não é atoa que o Estado da Bahia está entre os piores do país quando o assunto é educação, todos nós sabemos qual é o Ideb do Estado da Bahia do ensino médio e nesse quesito infelizmente somos os piores do país”, apontou a edil.
A vereadora também assegurou ao presidente da APLB, Rui Oliveira, responsável pela denúncia, que caso decida ir a Câmara Municipal da capital baiana reforçar a solicitação, a Casa irá acatar e realizará os debates necessários “para que isso não venha a acontecer nunca mais”.
A medida sobre a aprovação geral, foi publicada no Diário Oficial no dia 27 de janeiro deste ano. A categoria reivindicou disse não ser “à favor da reprovação em massa ou automática, mas, a aprovação precisa respeitar o processo pedagógico, respeitando o tempo de aprendizagem dos alunos de forma qualificada para que possam cumprir o percurso escolar da melhor forma”, disse a APLB, em comunicado.
Para o coordenador-geral, Rui Oliveira, a medida é uma verdadeira afronta à Educação. “Essa aprovação em massa diz claramente que o governo não tem compromisso com a Educação. Nós repudiamos a ação, que consideramos uma falta de respeito aos educadores que realizaram todo o processo pedagógico. A ação foi tomada sem nenhuma interlocução, sem nenhum diálogo. Uma atitude drástica que só faz com que a educação na Bahia piore cada vez mais.”, criticou.
Rui ainda esclareceu que o Sindicato buscará medidas legais. “Nós vamos denunciar ao Ministério Público estadual, ao Conselho Estadual de Educação, na Comissão de Educação da Assembleia Legislativa, na Comissão de Educação da Câmara dos Deputados e junto à CNTE-Confederação Nacional dos Trabalhadores em Educação”, reforça Rui.